27 Fev 2021
São Gabriel De Nossa Senhora das Dores, religioso (+1862)
Imagem do santo do dia

No primeiro de Março de 1838, nascia em Assís o undécimo dos 13 filhos que a família Possenti teria. No dia do seu batismo, deram-lhe o nome de Francisco, que ele trocaria pelo de Gabriel de Nossa Senhora das Dores, quando vestiu o hábito de religioso passionista. Quando tinha quatro anos, perdeu a mãe. O pai, que era um excelente cristão, soube suprir, a falta da esposa na educação cristã e cívica dos filhos. Gabriel sempre recorda com grande afeto e gratidão as marcas de virtude e sólidos exemplos que o pai lhe dera.

Francisco foi estudar para Espoleto e deixou-se arrastar pela alegria da juventude afastando-se um pouco da virtude que tinha praticado na casa paterna. Era elegante, educado, simpático e cuidava muito da sua pessoa. Era natural que não lhe faltassem as amizades. Tratava do seu corpo e cuidava do cabelo com perfumes caros. Muito amante dos desportos, era o número um entre todos os amigos. Onde quer que ele estivesse aí reinava a alegria e o bom humor. Dançava muito bem e chegou mesmo a merecer a alcunha de "o bailarino". Apesar desta vida alegre, nunca manchou a sua alma com o pecado mortal...

O céu velava por este jovem privilegiado... Estudou primeiro nos Irmãos das Escolas Cristãs e, depois, nos Jesuítas. Todos deixaram uma marca na sua alma. Teve vários avisos que o faziam pensar na vida que levava e na eternidade. Primeiro, foi uma doença durante a qual prometeu entregar-se mais em cheio à virtude e menos ao mundo... Como continuou na mesma, depois de restabelecida a saúde, voltou a cair mais gravemente e a sua promessa também pareceu mais séria e formal. Mas a conversão definitiva chegou por ocasião da morte da sua irmã Maria, a quem amava mais que os seus numerosos irmãos. Foi tão funda a impressão que esta morte lhe causou, que decidiu abandonar as relações que tinha com uma boa moça, com quem pensava vir a contrair matrimônio no futuro. Decidiu abraçar a vida religiosa e assim o manifestou a seu pai. Este, como era de esperar, não se opôs a tal resolução.

Certo dia, estava ele a contemplar a passagem duma procissão em Espoleto; era uma procissão de Nossa Senhora, em que ia uma daquelas imagens que se dizem pintadas por São Lucas. Era a oitava da Festa da Assunção de 1856. Quando a imagem passou diante dele, viu que a Virgem Maria ficou a olhá-lo com grande carinho, e pareceu-lhe ouvir dos lábios da bendita imagem estas palavras: "Francisco, o mundo não é para ti. Deves entrar em religião." E entrou no noviciado dos Passionistas.

Logo começou a chamar a atenção dos seus companheiros e superiores de noviciado. Passava largas horas entregue à oração.

O P. Mestre via-se obrigado em muitas ocasiões a proibir-lhe que castigasse tão barbaramente o seu corpo. Por outro lado, era o primeiro nos trabalhos manuais e sempre disposto aos mais humildes. Ninguém podia apanhá-lo na menor falta de observância da Regra e Constituições. Era antes uma "regra viva".

Desde o princípio, distinguiu-se no seu fervoroso e ilimitado amor para com a Virgem Maria... As vezes, privava-se de ver coisas agradáveis e fechava os olhos "para conservar toda a capacidade de visão e assim poder contemplar mais fielmente no céu a Virgem Maria". Costumava dizer: "Amo tanto a Virgem Maria, que é minha Mãe, que se os superiores me permitissem gravaria o seu nome no meu coração e no meu corpo com letras de fogo".

Por fim, aos 24 anos, no dia 27 de Fevereiro de 1862, expirava, enquanto dizia; "Jesus, José e Maria entrego-me a Vós..." Antes tinha dito: "Minha Mãe, amo-Vos. Mãe ajudai-me. Mãe, defendei-me do inimigo e amparai-me na hora da minha morte".

Quando estudava Teologia, parecia-lhe ouvir as almas que um dia Deus lhe encomendaria, que lhe gritavam: "Não percas tempo. Prepara-te bem para nos conduzires pelos caminhos de Deus". Isto estimulava-o. Bom modelo para os estudantes.

Foi beatificado por São Pio X em 1908, e canonizado por Bento XV em 1920, juntamente com Santa Margarida Maria Alacoque.