22 Set 2019
São Mauricio e Companheiros, mártires (+286)
Imagem do santo do dia

O martírio de São Maurício e companheiros da Legião Tebana é um dos casos mais ilustres de generosidade, entre os muitos casos das perseguições. A legião tebana, oriunda da Tebaida do Egito, era muito aguerrida. Estando em Jerusalém, entraram em contato com o bispo daquela cidade e converteram-se ao cristianismo.

Dioclecisno e Maximiano estavam muito assanhados contra os cristãos. Foi então que estalou na Gália urna revolta social por causa das excessivas exigências do fisco imperial, que impendia sobre os camponeses. Maximino Hercúleo acudiu, vindo do Oriente, para sufocar a revolta com toda a crueldade.

Entre as tropas concentradas para dominar os revoltosos, figurava a legião tebana, bem preparada e disposta para entrar em combate. Mas antes, todos os soldados deviam tomar parte num solene sacrifício com que o imperador queria conquistar o favor dos deuses. Deviam fazer um juramento de fidelidade, algumas práticas idolátricas e sacrílegas imprecações. Uns atrás dos outros, os batalhões passaram diante do altar. Entretanto a legião tebana, por ordens de Maurício, tinha acampado junto do lago Leman, em Agauna, que hoje se chama São Maurício, nome que têm outros setenta e dois municípios em França. Momento de forte tensão foi quando chegou a hora de jurar e sacrificar da legião tebana: todos se recusaram a obedecer. Não participaram no sacrifício nem prestaram juramento. Obedeceriam a Maximiano em tudo o que não se opusesse à sua fé. Maximiano não podia acreditar. Explodiu numa cólera terrível, tratou-os como traidores e coniventes com os revoltosos. Era uma falta grave contra a disciplina militar e teria que ser castigada, conforme o disposto no código militar: dizimar os recalcitrantes. Postos em fila, foram sorteados, de dez em dez, e o último de cada dezena era açoitado e decapitado.

Isto não fez mossa aos bravos soldados da legião. Realizada a execução, os sobreviventes mantiveram-se fiéis. Foram novamente dizimados. Receberam a ordem com alegria, mais dispostos a morrer que renegar a Cristo. «Somos cristãos, diziam, e nunca sacrificaremos aos ídolos nem dos nossos lábios sairão juramentos ímpios».

Maurício, que era o chefe, sendo os seus dois subordinados Exupério e Cândido, mantinha o entusiasmo em todos, animando-os naquela provação. Seguiu-se o terceiro sorteio e finalmente a matança geral de todos aqueles intrépidos soldados de Cristo, que se estimulavam à fidelidade mutuamente a Vítor, um soldado veterano que era de outra legião, também se lhes juntou. Desfizeram-se das armas e não quiseram defender-se. Apenas se lembravam de que morriam por Aquele que se deixou conduzir à morte, sem protestar, do Cordeiro divino que não abriu a boca para se queixar. Era o dia 22 de Setembro do ano 286.

Euquero, bispo de Lião, recolhendo as tradições orais do seu tempo, em meados do século V, contou o martírio do glorioso São Maurício e da legião tebana. As suas relíquias foram distribuídas por diversas regiões.

A sua devoção estendeu-se por toda a parte. Filipe II encarregou El Greco de pintar um quadro de São Maurício para decorar o Escorial. É um dos melhores quadros de El Greco, mas não foi do agrado do rei, pelo que El Greco transferiu-se para Toledo. Nunca Filipe lI pres¬tou melhor serviço à cidade imperial.

Oração a São Mauricio e Companheiros

Ó Deus, Senhor dos Exércitos, transforma-me pela ação do Espírito Santo, pois somente tu teus a força e o poder de converter meu interior e romper as cadeias do egoísmo. Amém. Santos Maurício e companheiros, rogai por nós.