22 Jan 2017
São Vicente, diácono e mártir - (+304)
Imagem do santo do dia

Vicente, o Vitorioso, é um dos três grandes diáconos que deram a sua vida por Cristo. Juntamente com Lourenço e Estêvão - Coroa, Lourel e Vitória - forma o mais ilustre triunvirato. Coberto com a dalmática sagrada, ostenta entre as mãos a palma marcescível dos mártires invictos.

Este mártir celebérrimo em toda a Cristandade, encontrou o seu panegerista em Santo Agostinho, São Leão Magno e Santo Ambrósio.

E teve no seu compatriota Prudêncio um cantor, que dedicou o hino V do seu Peristephanon ao "levita da tribo sagrada, insigne coluna do templo místico".

Vicente descendia de uma família consular de Huésca e a sua mãe, segundo alguns, era irmã do mártir São Lourenço. Estudou o curso eclesiástico em Saragoça, ao lado do bispo Valério. "O nosso Vicente" - cantará Prudêncio - reivindicando esta glória para Saragoça, a cidade de Espanha que teve mais mártires. São Valério, que tinha pouca facilidade de expressão, nomeou-o Arcediago ou primeiro Diácono, para o substituir na sagrada cátedra.

Estamos no início do século IV, na décima e mais cruel perseguição contra a Igreja, decretada por Diocleciano e aplicada na Espanha por Daciano. Os cárceres, que estavam reservados antes para os delinquentes comuns, depressa se encheram de bispos, presbíteros e diáconos, escreve Eusébio de Cesareia. Era a táctica seguida fielmente por Daciano.

Quando Daciano passa por Barcelona, sacrifica São Cucufate e a menina Santa Eulália. Quando chega a Saragoça manda deter o bispo e o seu diácono, Valério e Vicente, e trasláda-os para Valência. Ali se realizou o primeiro interrogatório. Vicente responde pelos dois, intrépido e com palavra ardente. Daciano irrita-se, manda Valério para o desterro e submete Vicente à tortura do potro. O seu corpo é dilacerado com unhas metálicas.

Enquanto o torturavam o juiz intimida o mártir para o fazer abjurar. Vicente recusa indignado tais ofertas. O poeta das Coroas põe na boca do mártir palavras de sublime estoicismo cristão: "Enganas-te, homem cruel, se pensas afligir-me ao destroçar o meu corpo. Há alguém dentro de mim que ninguém consegue destruir: um ser livre, sereno. Tu tentas destruir um vaso de argila, destinado a quebrar-se, mas em vão te esforçarás por tocar no que está dentro, que só está sujeito a Deus".

Daciano, desconcertado e humilhado perante tal atitude, oferece-lhe o perdão se ele entregasse os livros sagrados. Mas a valentia do mártir é invencível. Exasperado de novo, o perfeito, mandou aplicar-lhe o supremo tormento, colocá-lo sobre um leito de ferro incadescente. Nada pode quebrar a fortaleza do mártir que, recordando o seu compatrício São Lourenço, sofre o tórmento sem se queixar e graceja ido entre as chamas.

Atiram-no então para um calabouço sinistro, obscuro e fétido "um lugar mais negro que as próprias trevas", diz Prudêncio. A seguir apresenta o poeta um coro de anjos que vem consolar o mártir. Iluminam o antro horrível, cobrem o solo de flores e alegram as trevas com as suas harmonias. Até o carcereiro, comovido, se converte e confessa a Cristo.

Daciano manda curar o mártir para o submeter de novo aos tormentos. Os cristãos apressam-se a curá-lo. Mas o tirano, deitado em leito suave fica defraudado, pois o espírito vencedor de Vicente voa até ao paraíso. Era o mês de Janeiro do ano 304. Daciano manda mutilar o corpo e deitá-lo ao mar. Contudo mais piedosas as ondas devolvem-no à terra para proclamar perante o mundo o triunfo de Vicente, o Invicto. O seu culto estendeu-se muito por toda a cristandade.

Oração a São Vicente de Paulo

Protetor das Associações de Caridade e dos Pobres

Glorioso São Vicente, celeste padroeiro de todas as associações de caridade e pai de todos os infelizes que, enquanto vivestes sobre a terra, nunca faltastes àqueles que se valeram de vossa proteção; vede a multidão de males de que estamos oprimidos e correi em nosso auxílio; alcançai do Senhor socorro para os pobres, auxilio aos enfermos, consolação aos aflitos, proteção aos desamparados, conversão aos pecadores, zelo aos sacerdotes, paz à Igreja, tranquilidade aos povos e a todos Salvação.
Sim, que todos experimentem os efeitos de vossa benéfica intercessão, e que, socorridos assim por vós nas misérias desta vida, possamos reunir-nos convosco lá no céu, onde não haverá mais tristeza nem. lágrimas, nem dor, mas uma alegria, uma bem-aventurança eterna. Amém