21 Jun 2018
São Luis Gonzaga, jovem religioso (1591)
Imagem do santo do dia

"Faço saber a vossa senhoria reverendíssima, que lhe entrego o que mais amo neste mundo e a maior esperança que tinha para a conservação desta minha casa.. ." Assim escrevia o Marquês de Castiglione e Conde de Tanasentena, pai do jovem Luís Gonzaga, ao geral da Companhia de Jesus, Padre Claúdio Aquaviva, quando o nosso Santo jovem ingressou no noviciado de Santo André de Roma.

Foi Luís o mais velho dos oitos filhos nascidos do casal Gonzaga. Desde criança parecia que o seu caminho ia ser o do exército, por-que gostava de falar com os soldados e até de ter em suas mãos as armas se o deixassem. Em certa ocasião até chegou queimar o rosto por estar demàsiadamente perto de um canhão quando disparou. Relacionava-se com os soldados e com os servos e deles aprendeu alguns palavrões que apressadamente o aio corrigia com aspereza. O pai, o Sr. Marquês, estava contente pensando que o filho tornaria ilustre o seu apelido na carreira militar.

Contudo, cedo Luís demonstrou o que viria a ser: a oração e a vida de dura mortificação enchiam todo @seu dia. O pai para retirar-lhe da cabeça aquela vida demasiado piedosa, enviou-o para Florença com o irmão Rudolfo, que era um pouco mais velho, pensando que ele se deixaria fascinar pela vida faustosa dos Médicos. Nesta cidade, na Igreja dos Servitas. Luís faz o seu voto de castidade perpétua ao Senhor.

Regressando a Castiglione, entregou-se à oração e à vida ascética, ainda mais do que em Florença. Os servos observavam-no e ficavam admirados das horas que passava na oração e na maceração do corpo. Com este gênero de vida queria contrastar com o luxo e a vida fácil que era obrigado a levar. Bem podiam as pessoas chamar-lhe: "o anjo de Castiglione", "o lírio da Itália" ou "o anjo com corpo ou corpo feito de anjo".

Tinha doze anos quando, dizem os biógrafos, alcançou o topo da contemplação. Passava largas horas ensimesmado na oração e trato divino. Fugia sempre que podia dos passatempos mundanos e de todas as festas que era normal existirem no ambiente e na sua própria casa. Durante toda a vida chorará o que chamava pecados da juventude e estes não foram mais do que uns palavrões que aprendeu da soldadesca sem compreender o significado. Conta um criado que quando o chamavam com o seu título de príncipe e senhor lhes dizia com grande amabilidade: "Servir a Deus é de longe mais glorioso que possuir todos os principados da terra".

Era o herdeiro do Principado de Mântua e Príncipe do Sacro Império. Com a sua virtude extraordinária tinha deixado atónitas as cortes de Madrid, Florença, Pavia, Mântua... e apesar disso não se sentia atraído por nenhumas vaidades, e só repetia: "Que é tudo isto para a eternidade? Senhor, ajuda-me a nunca esquecer o fim para o qual me criaste".

Enquanto estava em Madrid, como pagem da corte de Filipe II, diante do altar de Nossa Senhora do Bom Conselho, sente-se chamado a ingressar na Companhia de Jesus no dia da Assunção de 1583. Consegue permissão do pai, que resistiu inicialmente, e abdicou do principado em favor do irmão. Entrega-se totalmente no noviciado à aquisição das virtudes religiosas. Não esquece nunca a presença de Deus. Até quer despertar a cada hora da noite para renová-la. Faz grandes progressos nos estudos, mas antes de chegar ao sacerdócio, é levado para o céu com 23 anos, fruto da sua enorme caridade. Eraodia2l de Junho de 1591.