21 Mar 2019
São Nicolau de Flue (+1487)
Imagem do santo do dia

São Nicolau de Flue nasceu no ano de 1417 em Sachselm, Suíça, no mesmo ano em que o Concílio de Constância pôs fim ao cisma do Ocidente com a eleição do Papa Martinho V. Nicolau trabalhava no campo. No regresso do campo, retirava-se para o silêncio e a oração. Impunha-se severas penitências. Aos trinta anos, contrai matrimônio com uma jovem de dezasseis anos Doroteia Wiss. Têm dez filhos. O primeiro será presidente da Suiíça.

Era muito amante da sua pátria e promotor da paz e reconciliação. Mas eram tempos turbulentos em que abundavam rixas e revoltas, pelo que se vê obrigado a intervir em várias guerras.

O ambiente estava envolto em fortes correntes ascetlcas e místicas. Nicolau participa plenamente neste misticismo. Nunca foi estranha a existência de grandes místicos que se misturam em atividades políticas, como São Bernardo, Santa Catarina de Sena, Santa Joana d'Arc. Igualmente São Nicolau é o salvador da pátria e ao mesmo tempo um grande santo.

Aos cinquenta anos, com o consentimento da esposa e filhos, retira-se para a vida eremítica, na garganta de Ranft, onde vive numa ermida, entregue à meditação e às mais duras penitências. A Capela que existe junto à ermida converter-se-á no centro espiritual de toda a Confederação Helvética. Aí acudirão rios de gente.

Dele se contam muitos milagres, como o prolongado jejum de muitos anos, durante os quais o seu único alimento foi a eucaristia. "Se durante vinte anos, diz Pio XII, ele não se alimentou senão do pão dos anjos, este carisma foi o cumprimento e a recompensa de uma larga vida de domínio de si mesmo e de mortificação por amor de Crist o".

Apesar do retiro, não consegue isolar-se dos assuntos temporais. Foi juiz e conselheiro do seu Cantão, deputado, e recusou o cargo de Chefe de Estado. Teve papel importante no tratado de paz perpétua com a Áustria.

A Confederação, por motivo da guerra contra Carlos, o Temerário, duque da Borgonha, esteve em grande perigo de divisão. Como antes com a Áustria, a quando da intervenção do lendário Guilherme Teu. Nicolau conseguiu o milagre da reconciliação. Conseguiu de novo a unidade da Suíça, pelo que lhe foi concedido o título de "pai da pátria", fundador da Confederação e primeiro confederado. A sua influência foi muito fecunda.

No meio destas atividades políticas, tão intensas variadas, o ermitão de Ranft cultiva a sua vida interior, profunda e transcendente. Acontecem agora as suas visões divinas, frequentes e enriquecedoras, com uma concepção grandiosa do mistério da Santíssima Trindade que Nicolau saboreou gostosamente. Teve grande amor à Eucaristia, à Paixão do Senhor, à Santíssima Trindade.

Nicolau é um caso típico de vida mista, contemplação e ação, em constante e vibrante equilíbrio. Tinha decidido prescindir dos negócios temporais, mas estes não podem prescindir dele. Ele assume-os, mas não o oprimem, eleva-os de categoria. É um títã da oração e um líder da ação.

Uniu maravilhosamente o amor do infinito e o amor do finito, a inquietude pelo reino celestial e o serviço generoso à pátria terrestre. "Nicolau de Flue, diz Pio XII, encarna com uma plenitude admirável, a união da liberdade terrestre e da liberdade celeste."

A vida de Nicolau fecha com uma terrível enfermidade, carregada de dor e de sofrimento. Depois de oito dias de intensa dor,recebe o Corpo e Sangue de Cristo, para se unir definitivamente com Ele. Era o dia 21 de Março de 1487.

Foi canonizado por Pio XII em 1947.