20 Fev 2019
Beatos Jacinta Marto e Francisco, pastorzinhos de Fátima (+1919; + 1920)
Imagem do santo do dia

Francisco Marto nasceu no dia 11 de Junho de 1908; Jacinta Marto, em 11 de Março de 1910, em Aljustrel, pequeno povoado da freguesia de Fátima, concelho de Vila Nova de Ourém. Seus pais foram Manuel Pedro Marto e Olímpia de Jesus. Eram ambos cristãos piedosos, dotados de fé simples, mas sólida. Nunca faltavam à missa aos domingos e dias santos e rezavam o terço todos os dias. Esses princípios incutiram-nos aos filhos, a quem a mãe ensinava a doutrina à sesta, no Verão, e à noite, no Inverno.

As duas crianças tiveram o privilégio, juntamente com a prima Lúcia, um pouco mais velha, de serem favorecidas com as aparições do Anjo de Portugal e de Nossa Senhora. As visões do Anjo decorreram durante o ano de 1916, e as de Nossa Senhora, em 1917, de Maio a Outubro.

Antes destes fatos sobrenaturais, a vida dos dois irmãos era vulgar, como a das outras crianças dos meios rurais. Divertiam-se com jogos infantis, tomavam parte nas brincadeiras coletivas, gostavam de dançar, a Jacinta, e até de correr os outros meninos à pedrada, o Francisco. Mas era antes das Aparições. Depois, tudo mudou.

O Francisco gostava muito de se levantar cedo, para apreciar a natureza, o campo, as flores e os passarinhos. A Jacinta, apesar de muito novinha, gostava de ouvir as histórias que a prima Lúcia contava, sobretudo o relato da Paixão do Senhor. Os pais tinham-lhes confiado a guarda do rebanho, em companhia da prima Lúcia, que, sendo mais velha, era a responsável. Seriam ao todo umas trinta cabeças. Iam com elas para a Cova da Iria, para os Valinhos e outros locais próximos de Aljustrel.

Durante a época das aparições do Anjo, em 1916, os três pastorinhos aprenderam algumas orações ensinadas pelo celestial visitante, as quais ainda se rezam nos intervalos dos mistérios do terço. Gostavam muito de ajudar os que precisavam, e até lhes davam a merenda que levavam para o seu sustento.

Estas aparições foram como que uma preparação para as de Nossa Senhora que decorreram de 13 de Maio a 13 de Outubro de 1917, com exceção de Agosto, por se encontrarem detidos em Ourém, às ordens do Administrador do Concelho. Mas foram favorecidos com a aparição dos Valinhos, em 19 de Agosto.

Durante as aparições de Nossa Senhora, só a Lúcia falava com a celestial visita. A Jacinta via e ouvia, mas não falava. O Francisco apenas via a Senhora: não falava com ela nem ouvia o que dizia.

Uma grande preocupação se notava nos três videntes, se iriam para o céu. Nossa Senhora tranqüilizou-os, garantindo que os levaria para lá em breve. Mas a Lúcia teria de ficar cá na terra mais algum tempo. E o Francisco teria de rezar muitos terços... Nossa Senhora incutiu neles um grande espírito de sacrifício, como aliás já o fizera o Anjo, e que os oferecessem em reparação dos pecados do mundo e pela conversão dos pecadores. Foi uma característica dos dois irmãozinhos, que a levaram tanto a peito que chegaram a usar cilícios de corda que, por fim, Nossa Senhora lhes mandou abrandar e até retirar, porque eram demais para idades tão jovens.

O Francisco distinguiu-se especialmente por um grande desejo de ser o consolador de Nosso Senhor. Sempre que podia, retirava-se para a igreja de Fátima, onde passava muitas horas em silêncio, na ânsia de consolar Nosso Senhor "que está tão triste" por causa dos pecados dos homens. O pequenino queria dar-Lhe alegria e reparar as ofensas que os pecadores cometiam.

Por seu lado, a Jacinta distinguiu-se por um encendrado amor ao Coração Imaculado de Maria e ao Santo Padre. Tudo o que fazia era com intenção de reparar as ofensas dos pecadores contra o Imaculado Coração, e pela sua conversão, para que não caíssem no inferno.

Neste resumo biográfico dos dois irmãozinhos Francisco e Jacinta não é possível entrar em mais pormenores, por falta de espaço. Resta-nos invocar a sua intercessão em favor do Santo Padre, da Igreja e de Portugal, de cujo Anjo da Guarda foram privilegiados videntes e confidentes. Francisco faleceu em 4 de Abril de 1919, e Jacinta, em 20 de Fevereiro de 1920. Os processos canônicos para a sua beatificação foram introduzidos em 1949. Finalmente, foram beatificados na Cova da Iria, no dia 13 de Maio do ano 2000, pelo Papa João Paulo II.

Em Apêndice - 5. Leão, Bispo.