19 Jul 2019
Santas Justa e Rufina, virgens e mártires (+287)
Imagem do santo do dia

As Santas Justa e Rufina são duas irmãs que nasceram em Sevilha de uma família modesta, mas de arraigadas virtudes cristãs. Seu pai era oleiro. Fazendo vasos de barro ganhava o sustento para todos. Dominavam então em Espanha os romanos, e com eles, a idolatria e a corrupção, mas as duas irmãs conservavam-se na santidade e pureza de costumes, empregando todo o cuidado em conhecer o Evangelho, servindo-se dele na própria santificação e em benefício do próximo.

Todos os anos celebravam os idólatras umas festas em honra de Venus, recordando a tristeza desta na morte do seu adorado Adônis. As mulheres de Sevilha percorriam as ruas da cidade, com a estátua aos ombros, Importunavam a todos pedindo-lhes uma avultada esmola para a festa. Chegaram à casa de Justa e Rutina e estas recusaram-lha.

As nossas santas sabiam que não deviam colaborar com a idolatria e assim o deram a saber. Explicaram que só podiam adorar a Jesus Cristo, único Deus verdadeiro e que o resto era obra do demônio. As mulheres que transportavam a estátua irritaram-se. As Santas ficaram horrorizadas ao verem em sua casa semelhante ídolo e desfizeram-no em pedaços. As idólatras atiraram-se contra as duas irmãs; aquele ato constituía-as rés de morte. Não havia lugar para perdão.

Diogeniano, prefeito de Sevilha, mandou-as prender e metê-las na cadeia, perto do lugar onde viviam, frente à antiga porta Triana. Interrogou-as e ameaçou-as com cruéis tormentos se persistissem na religião cristã, ao mesmo tempo que lhes oferecia grandes recompensas e benefícios, se abjurassem e se comprometessem a oferecer incenso àqueles ídolos.

As Santas opuseram-se com grande coragem às iníquas propostas do prefeito, afirmando que elas adoravam apenas a Jesus Cristo. O prefeito mandou que as torturassem com pontas de ferro e no potro, julgando que, assim, elas cederiam com tais tormentos. Mas as Santas tudo suportavam com alegria e os seus espíritos fortaleciam-se quando as torturas aumentavam.

Mandou então Diogeniano encerrá-las num cárcere escuro e que ali as atormentassem Ientamente à fome e à sede. Mas a divina Providência socorria-as e sustentava-as com alegrias inefáveis, conforme as necessidades do momento. Os carcereiros estavam profundamente desconcertados.

Então o prefeito quis experimentá-las até ao ex obrigando-as a caminhar descalças numa viagem que ele pretendia fazer pela Serra Morena. Mas ninguém era capaz de as convencer. Aquele caminho pedregoso era para elas caminho de rosas. Voltaram a metê-Ias no cárcere até que morressem.

Santa Justa, extremamente debilitada, entregou o seu espírito, recebendo as duas coroas, de virgem e de mártir. O prefeito mandou lançar o corpo da virgem num poço. Mas o bispo Sabino conseguiu recuperá-lo.

O Prefeito pensou que, ficando sozinha, seria mais fácil persuadir Rufina. Mas, não conseguindo nada, mandou levá-la para o anfiteatro e soltar contra ela um leão furioso, para que a despedaçasse. O leão aproximou-se de Rufina e contentou-se com abanar a cauda e lamber-lhe os vestidos qual manso cordeiro.

Enfurecido, o Prefeito mandou degolá-la. Assim Rufina entregou a sua alma a Deus. Era o ano 287. Queimou-se o cadáver para o subtrair à veneração dos cristãos. Mas o bispo Sabino recolheu as cinzas e sepultou-as junto dos restos da irmã. O seu culto estendeu-se depressa a toda a Igreja. Famoso e antiquíssimo é o templo de Santa Justa em Toledo, o primeiro dos mozárabes.

Oração a Santas Justa e Rufina

Ó, Cristo, Vós sois adorado no céu e na terra, a todo tempo e a toda hora, Sois a paciência ,a compaixão e a própria misericórdia: amai os justos, tendes piedade dos pecadores, chamais todos os homens à salvação e lhes prometeis os bens futuro; acolhei nossas orações, no meio deste dia, e conformai nossa vida à Vossa vontade, santificai nossas almas e nossos corpos, retificai nossos pensamentos e tornai-os vitoriosos sobre a provação e sobre a tristeza; protegei-nos e abençoai-nos com a intercessão das Santas Justa e Rufina, para que cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento de Vossa glória. Vós que sois Deus, com o Pai, na unidade do Espírito Santo. Amém.