18 Jan 2019
Santa Prisca - Virgem e Martir (Séc. III)
Imagem do santo do dia

Na igreja de Cristo floresceram sempre exemplos surpreendentes. Homens sem instrução que confundiam os seus juízes. Pessoas débeis que tiravam força da fraqueza e suportavam os tormentos sorrindo e cantando. Meninos e meninas que enfrentavam o martírio com uma valentia e decisão que deixavam desconcertados e perplexos os inimigos.

É o caso de Santa Prisca, virgem e mártir. Claudio, que era agora o imperador, tinha conseguido brilhantes vitórias contra os seus inimigos. O seu regresso a Roma foi ruidoso e triunfal. Mas algo ensombrava as vitórias. Os cristãos desfrutavam ultimamente de paz e, por isso, tinham-se multiplicado e começavam a ter bastante influência. Cláudio, receoso, não estava disposto a suportá-lo.

Quis como pagão agradecer aos seus deuses as vitórias alcançadas e para obter os seus favores começou a perseguir cruelmente os cristãos como inimigos dos deuses e do império. Muitos mártires derramaram por Cristo o seu sangue em Roma, depois de padecer inúmeras torturas e terríveis tormentos e foram coroados no paraíso.

Entre eles está uma donzela de 13 anos, Prisca, terna pela sua idade, mas de vontade firme. Tinha nascido em Roma e era descendente de ilustre família. O imperador mandou prepará-la e que a conduzissem à sua presença. Ao vê-la tão nova, Cláudio pensou que facilmente a levaria a mudar de opinião. Fê-Ia conduzir ao templo de Apoio para que oferecesse sacrifícios. O imperador não esperava encontrar uma jovem donzela com decisões tão firmes. Prisca negou-se e afirmou que só Jesus Cristo merecia adoração e não os demônios que veneravam os gentios.

Cláudio ficou encolerizado, mandou esbofeteá-la sem compaixão e prendê-la num cárcere hediondo, entre foragidos e delinqüentes, que tentavam em vão seduzi-la. Açoitaram-na cruelmente, deitaram azeite a ferver sobre as suas tenras carnes e conduziram-na de imediato ao anfiteatro perante o povo. Soltaram um leão para que a esquartejasse e devorasse. Mas aquele leão, esquecendo-se da sua ferocidade natural, deitou-se aos pés da virgem, como uma ovelha, e começou a lambê-los e a acariciá-la mansamente.

Os pagãos ficaram confusos, porém Cláudio não recuou no seu intento. Foi colocada de novo na prisão e submetida a cruéis e diversos tormentos. Lançaram-na a uma fogueira para acabar com ela de uma vez, mas o fogo respeitou-a. Não tinha chegado ainda a sua hora e o Senhor sustinha-a com o poder do seu braço.

Mas o cruel imperador, que atribuía à magia dos aqueles prodígios dos cristãos, não se daria por vencido. Como costuma acontecer em muitos casos, quando já se tinha demonstrado a proteção divina, chegava por fim a coroa do martírio. Foi levada para.fora da cidade e ali Prisca ofereceu com mansidão a sua cabeça para ser decapitada.

Santa Prisca, deixa o mundo repleto do suave odor e fragrância do seu martírio e também admirado com a sua virginal pureza e heróica constância. Sobe ao céu para gozar o seu triunfo com as virgens, os mártires e os anjos. O seu corpo foi enterrado na Via Óstia a 18 de Janeiro do ano de 269. As suas relíquias, que se conservam em Roma, na igreja que tem o seu nome, foram sempre muito veneradas e a elas se atribuem diversos milagres. A igreja de Santa Prisca, como sucede com as igrejas antigas mais importantes de Roma, goza de um título cardinalício.