16 Set 2020
São Cipriano, bispo e São Cornélio, papa, Mártires (+Séc. III)
Imagem do santo do dia

São Cipriano era africano, cartaginês. Teve como mestre Tertuliano. Mas diferente do mestre, duro polemista, Cipriano procurava sempre a harmonia e a paz. É uma grande figura da Igreja ocidental. Como escritor é inferior a Tertuliano. O seu objetivo é convencer, exortar.

Nasceu de uma família pagã. Estudou para triunfar. Mas era uma alma nobre e viu que o paganismo não o satisfazia. Então dedicou-se a estudar a doutrina cristã. O Evangelho foi para ele uma revelação. O sacerdote Cecílio instruiu-o e foi batizado com o nome de Cecílio Cipriano.

A sua conversão foi radical. Repartiu os bens pelos pobres e fez voto de castidade. Tinha um talento excepcional e integridade de vida. O povo afeiçoou-se a ele e foi nomeado bispo de Cartago.

Um édito de Décio desencadeou a perseguição. A cristandade do norte de África era florescente uns cem bispos mas faltava-lhe maturidade. Mal o édito foi publicado, muitos acudiram ao Capitólio para oferecer sacrifícios a Júpiter. Inclusive fracassaram bispos e sacerdotes.

Houve também muitos cristãos generosos que se mantiveram fiéis nos tormentos. Muitos outros fugiram. Quando a multidão se juntava no anfiteatro, muitos gritavam: «Cipriano aos leões». Cipriano também fugiu. Parecia que assim poderia defender melhor a grei, que precisava dele.

Quando voltou à sede, encontrou-se com um grave problema:

Que fazer com os Iapsi ou apóstatas e com os Iibetáticos que queriam voltar? Os Iibeláticos eram os que procuravam obter um libelo de apóstatas, como se tivessem sacrificado, para si libertarem da perseguição.

Havia um partido de intransigentes, encabeçados por Novaciano, que logo se fez eleger antipapa contra Cornélio. Outros, pelo contrário, eram demasiado indulgentes, capitaneados por Donato e Felicíssimo. Num concílio reunido em Cartago deram-se normas com soluções firmes e indulgentes.

Teve um certo conflito com o Papa Estêvão, pois Cipriano recusava que os bispos libeláticos Basílides de Astorga e Marcial de Mérida, que tinham sido depostos, voltassem às suas sedes. Cipriano também defendia que era preciso rebatizar os hereges que se convertiam. Pouco depois reconciliava-se com Sixto II e morria mártir. Quanto ao resto sempre defendeu a união com Roma, com a cátedra de Pedro: «Não pode ter a Deus por Pai quem não tem a Igreja por Mãe». Deste modo se encerrava o "caso Cipriano e Cipriano pode ser chamado o «defensor da romanidade».

Uma nova perseguição foi promovida por Valeriano. Em seu nome, interrogou-o Paterno. Cipriano foi desterrado para Curubis. Depois Galério Máximo fê-lo voltar a Cartago para o ter mais perto e o poder vigiar melhor. Cipriano acompanha solícito a vida dos seus fiéis, estando sempre atento aos acontecimentos da Igreja Universal. Corresponde-se com o clero de Roriia, defende Cornélio, exerce influência nas Gálias, intervém nas Igrejas ibéricas.

É um modelo de governante e de pastor. Nas perseguições aconselha prudência. Quando ia ser executado muitos cristãos o seguiram. Cipriano ajoelhou-se e pôs-se a rezar. Ordenou que dessem 25 moedas de ouro ao verdugo, e recebeu o golpe mortal. Era o dia 14 de Setembro de 258.

São Cornélio, de origem romana, foi eleito Papa no ano 251, em plena perseguição de Décio, para suceder ao Papa mártir São Fabião. Dois anos depois, morre São Cornélio em Civitavéquia, desterrado por amor de Cristo, no mesmo dia, embora não no mesmo ano, de São Cipriano, como conta São Jerônimo.

Oração a São Cornélio e São Cipriano

Senhor, que destes ao vosso povo, em São Cornélio e São Cipriano, pastores dedicados e mártires invencíveis, concedei-nos, por sua intercessão, que, fortalecidos pela fé, trabalhemos incansavelmente pela unidade da Igreja. Por Nosso Senhor.