14 Nov 2018
São Diogo de Alcalá, religioso (+1463)
Imagem do santo do dia

São Diogo nasceu nos fins do século XIV em São Nicolau do Porto, Sevilha, de família humilde. Povoação humilde e família humilde. Mas Deus compraz-se em exaltar os humildes, e São Diogo não pôde ocultar, com a sua muita humildade, os múltiplos milagres que realizava.

Diogo procurou cedo direção espiritual que orientasse os seus desejos de santidade. Encontrou-a num sacerdote ermitão perto de São Nicolau. Dali foi para um convento onde professou como irmão leigo nos franciscanos. Ali começa a sua vida de andarilho pelos povoados de Córdova, Sevilha e Cádiz, deixando um sulco de caridade e milagres.

Foram depois as llhas Canárias o cenário dos seus afãs apostólicos. Principalmente a ilha de Forteventura, onde atraiu ao cristianismo milhares de guanchos e de cujo convento foi nomeado guardião. Ali foi o campo do seu zelo.

O ano de 1450, proclamado Ano Santo por Nicolau V - o primeiro Ano Santo foi proclamado no ano de 1300 por Bonifácio VIII - ofereceu a Diogo a ocasião para ir a Roma para lucrar as indulgências do Jubileu. Foi uma longa e penosa peregrinação de vários meses que aproveitou para pregar e fazer o bem por muitas povoações de França e Itália. Assistiu à canonização de São Bernardino de Sena, a que tinham acorrido milhares de franciscanos. Declarou-se entre eles a peste, e Diogo distinguiu-se em atenções aos empestados, consolando-os e mitigando as suas dores. Residiu durante vários meses no convento de Santa Maria de Araceli.

Regressado a Espanha, destinaram-no a AIcaIá de Henares, a sua última estadia. Aqui desenvolveu o ardor do seu coração sobretudo em obras maravilhosas. E de notar como um irmão leigo pode chegar a ser tão popular e famoso, tanto na vida como no seu sepulcro depois de morto.

A razão apoia-se em que o Senhor quis premiar a pequenez do seu servo, que só quis distinguir-se pelas suas aspirações à santidade. Diogo brilhava pela sua simplicidade, humildade, prestabilidade, obediência, caridade heroica, especialmente para com os pobres e enfermos.

"Deus Nosso Senhor, diz Sixto V na Bula de canonização, escolheu o humilde e bem-aventurado Diogo, mostrando claramente que o que é menos sábio é mais sábio que todos os homens, e o mais enfermo e fraco, mais forte que todos os homens. Deus, o único que faz maravilhas, a este seu servo pequeno, com seus dons celestiais de tal maneira o adornou, que não só esclareceu com os seus prodígios os remos de Espanha, mas até os estranhos, onde o seu nome é conhecido, com grande honra e glória sua."

Todos acorriam a ele enquanto viveu, a pedir-lhe conselho e consolo. Todos acorriam a ele no seu sepulcro para se acolherem à sua proteção. Como foi o caso de Henrique IV de Castela para pedir a cura da Beltraneja.

O caso mais conhecido foi o de Filipe lI. Estando o seu filho, o príncipe Carlos, gravemente enfermo, mandou trasladar os restos de São Diogo à câmara régia para conseguir a cura. Este milagre popularizou-o Lope de Vega, tomando-o como argumento numa das suas comédias.

Cheio de méritos, o humilde franciscano entregou a alma a Deus a 13 de Novembro do ano de 1463 em Alcaná de Henares. Subiu aos altares no ano de 1588 sob o pontificado de Sixto V. O seu processo de canonização tinha sido introduzido pelo Papa Pio IV, a instâncias de Filipe II, e um dos milagres exigidos e aprovados para a canonização foi o da cura de seu filho, o príncipe Carlos.

Oração a São Diogo de Alcalá

Senhor Jesus, Deus forte, santo e imortal, tu sempre escolhes o mais fraco para manifestar teu poder; contempla nossa pobreza e nossas limitações e, sem considerar nossos pecados, aceita a homenagem de nossa humildade e faz dela grandes coisas. Amém. São Diogo, rogai por nós.