13 Jul 2020
Santo Henrique, rei (+1024)
Imagem do santo do dia

Santo Henrique, neto de Otão, o Grande, e de Carlos Magno, nasceu no castelo que seu pai, duque da Baviera, tinha nas margens do Danúbio, nos finais do escuro século X, por volta dos anos 973.

Num famoso discurso dizia Cícero a César; «Venceste muitas batalhas. Falta-te vencer a mais difícil: vencer-te a ti mesmo». Algo de parecido pensava Henrique quando via que a fortuna lhe sorria e que cedo chegaria a ser imperador. Ele queria alcançar outra vitória muito mais difícil, muito mais preciosa: a vitória, árdua e íngreme, da santidade.

O jovem príncipe passa os primeiros anos da sua vida no mosteiro beneditino de Hildesheim. Vive como um noviço ao lado dos monges. Aprende ao mesmo tempo as letras e os salmos, estuda as Sagradas Escrituras, exercita-se na prática da virtude e aspira à perfeição.

Completa a sua educação sob a tutela do bispo de Regensburg, 5. Wolfang. Henrique acolhia na boa terra do seu coração a semente que o mestre semeava e que produzia muito fruto, cem por um.

As datas da sua vida política sucederam-se rápidas. Em 995, duque de Baviera. Em 1002, rei da Germânia, proclamado em Magúncia. Em 1014 Bento VIII consagra-o, em Roma, Imperador do Sacro Império Romano Germânico. O Papa, como premio do seu zelo pela religião, oferece-lhe um globo de ouro e de pedra preciosas, rematado por uma cruz. Henrique agradece-lho, entende o simbolismo e manda-o entregar na abadia de Cluny.

Henrique procurou inspirar sempre a sua política na doutrina cristã. E a política do «Príncipe cristão», de São Roberto Belarmino, a «política de Cristo», como dirá Quevedo. A sua preocupação é estender a religião e a sua benéfica influência por toda a parte. E recomenda que «o nosso coração viva já, desde agora, no céu pelo desejo e pelo amor. Porque a glória do mundo presente, enquanto se possui, é caduca e vã, a não ser que nos ajude de algum modo a pensar na eternidade celestial».

Ajuda a extinguir o cisma do antipapa Gregório e a manter o prestígio de Bento VIII. Funda igrejas e mosteiros para fomentar o culto divino, cria bispados, reúne dietas conciliares, defende os direitos da Igreja, influi na conversão de Santo Estêvâo da Hungria, que se tinha casado com uma irmã.

Mantém uma estreita amizade como famos que idoso abade de Cluny, Odilão. Juntos, trabalham na reforma eclesiástica, depondo prelados e abades indignos, restituindo a disciplina e a observância regular. Trabalhou também muito peta paz e pela difusão do Evangelho.

Juntamente com esta vida agitada, levava, quanto podia, uma vida recolhida e piedosa como convém a um monge. Unido em matrimonio com a castaCunegunda, guardaram perpétua virgindade. Alguns pretenderam desonrar Cunegunda. Ela submete-se a uma prova medieval, a ordália ou juízo de Deus, e sai a claro a sua castidade.

Na catedral de Bamberg, cujo bispado Henrique tinha fundado, junto da estátua do famoso cavaleiro, encontra-se um monumento em memória dos«Santos Henrique e Cunegunda, que brilharam no meio das trevas do seu tempo como dois círios de ouro sobre o altar».

No final da sua vida, Henrique, chamado com razão o Piedoso, retira-se para o mosteiro de Vanne. O abade Ricardo ordena-lhe que volte ao trono. Mas pouco depois, a 13 de Julho do ano 1024, recebia a coroa da glória no castelo de Grona. Foi canonizado em 1146 por Eugénio III.

Oração a Santo Henrique

Ó Deus, Senhor Nosso, pela intercessão de Santo Henrique, peço-Vos que ilumineis a minha mente, purifiqueis meu coração e inflameis meu amor por Vós. Eu Vos louvo e Vos bendigo todos os dias de minha vida, ó Senhor. Amém.