12 Nov 2019
São Josafá, bispo e mártir (+1623)
Imagem do santo do dia

São Josafá nasceu em Vladimir, Ucrânia, em 1580, com o nome de João Koncewicz. Era filho de um cônsul e foi educado no cisma de Fócio e Cerulário. No ano de 1595, pelos seus 15 anos, começa a trabalhar num comércio de Vilna, Lituânia. Nos espaços de tempo livre dedica-se à leitura, sobretudo de santos, e também ao penoso tema da união das Igrejas.

Nesse mesmo ano de 1595 promulga-se em Brest-Litowosk, com a autoridade do metropolitano de Kiev, o decreto de união dos Eslavos Orientais com Roma. Para celebrara decreto, Clemente VIII publica a constituição MAGNUS DOMINUS.

Pio XI no ano de 1923 - terceiro centenário da morte de São Josafát publica a Encíclica ECCLESIAM DEI. Nela louva o interesse de Josafá por procurar na Liturgia Eslava as razões da união das Igrejas. Josafá decidiu-se pela união com a igreja Católica, sem renunciar às peculiaridades do Oriente. Pelo contrário, defendeu a conservação do Rito Oriental Eslavo e a Ordem monástica de São Basílio, na Igreja Universal. Ele mesmo fez-se monge basiliano em Viena, e mudou o seu nome João para Josafá.

Ali entregou-se à piedade e às mais duras penitências. O metropolita de Kiev afirma que "em breve tempo chegou a ser mestre de todos, na ciência, na disciplina religiosa e em todas as virtudes".

No ano de 1614, já ordenado sacerdote, é nomeado arquimandrita. O mosteiro floresceu em afãs de santidade e em anelos de união com Roma. Josafá entusiasmava e arrebatava a todos com a sua dialética irrefutável. Muitas foram as suas conquistas, como os governadores da Polônia, de Novgorod e de Smolensko. Até os inimigos o chamavam "o ladrão de almas"

Em 1618 é nomeado bispo de Pólotzk, alargando-se muito mais com isto a sua influência. O exemplo da sua vida casta, pobre e de grande generosidade para com todos, era a maior força do seu apostolado. Para socorrer os pobres desprendia-se de tudo, até das coisas mais necessárias.

Escreve vários folhetos sobre o batismo de São Vladimiro, sobre o primado de Pedro e em defesa da fé católica. A Ruténia Branca ouve-o com admiração. Cresce a sua fama. Também o ódio dos cismáticos, que lhe chamavam "o apóstata papista". É perseguido. Sofre atentados. Ele continua na luta e oferece-se como vítima. O que importa é a união.

A intrepidez do seu zelo, a contundência dos seus argumentos nas controvérsias, as múltiplas e ressoantes conversões, foram encrespando cada vez mais os seus inimigos que se sentiam totalmente impotentes diante dele. A única coisa que lhe restava era eliminá-lo pela violência.

No dia 12 de Novembro de 1623 culminou a sua heróica carreira em Vitebsk. Foi rodeado pelos seus mais encarniçados inimigos que o feriram à bala e acabaram de matá-lo com um golpe de foice. O santo tinha previsto que não poderia acabar de outra maneira, pregando com tanta coragem a verdade diante de tantos inimigos. Mas ele sabia que também assim tinha acabado o seu divino Mestre. O discípulo não podia ser menos, queria seguir fielmente os se~is rastos.

Aos vinte e oito anos do seu heróico martírio, Urbano VIII beatificou-o com o honroso título de "apóstolo da unidade católica". Foi canonizado mais tarde pelo Papa Pio IX.

João Paulo II explicava que os primeiros mil anos da história da Igreja foram de união. Nós, os cristãos estivemos desunidos no segundo milênio. Queira o Senhor que o terceiro milênio seja o da união. O sangue de São Josafá, e tantos anelos de união, darão o seu fruto.

Oração a São Josafá

Ó Deus misericordioso, vós que orastes ao Pai para que todos os vossos discípulos vivessem na unidade de uma mesma fé, uma só esperança e um amor igual ao vosso, ao recordar são Josafá, nós vos pedimos que reunais os cristãos separados. Abençoai especialmente as Igrejas do Oriente fazendo-as fiéis a sua riquíssima tradição, que tanto nos ilumina em nossa peregrinação até vossa casa.

Amém.

São Josafá, rogai por nós.