11 Set 2019
Beato Francisco Garate, religioso (+1929)
Imagem do santo do dia

O Beato Francisco Garate nasceu em Azpeitia, Guipúscoa. em 1857. Sentiu-se cedo inclinado para a vida religiosa, concretamente na Companhia de Jesus. Fez o noviciado em Poyanne, e emitiu os votos religiosos em 1876.

Apenas teve dois destinos na sua vida de religioso. Onze anos em La Guardia, como enfermeiro e sacristão, desde 1877 a 1888, e 41 anos e meio em Deusto, como porteiro e sacristão. Assim foi a sua vida nesta simplicidade. «O santo porteiro de deusto», como o chamaram, fez da portaria, sua glória e a sua coroa. Ali deu glória a Deus, ali serviu os irmãos.

Apenas teve três saídas nesses 41 anos: três dias, em Loyola, em 1921, para celebrar as festas centenárias da Ferida do seu ilustre conterrâneo, Santo Inácio, em Pamplona; um dia, em Ordunha, em 1927, para assistir às bodas de ouro do seu irmão Inácio; e um dia, na enfermaria, em 1929. Menos de um dia: dentro de poucas horas iria encontrar-se cm o porteiro do céu.

O decreto das virtudes heroicas chama-o «o santo da vida normal». Descobriu a santidade cumprindo com perfeição a sua obrigação. Por isso, veneramos em Gárate o santo da vida profissional. É um profissional santo. Um santo profissional. Fez o ordinário extraordinariamente bem. Não teve heroicidades específicas, nem atos heroicos deslumbrantes. Isto lembra-nos o que em O Divino Impaciente, de Peman, aconselha Inácio a Francisco Xavier: «Não há virtude mais eminente do que fazer simplesmente o que temos a fazer».

A melhor escola para F. Gárate foram os Exercícios de Santo lnácio: estar sempre disposto «para chegar à perfeição em qualquer estado ou vida em que Nosso Senhor nos queira colocar.. .Pense cada um que tanto aproveitará em todas as coisas espirituais, quanto sair do seu amor próprio, da sua vontade e interesses».

O Ir. Gárate foi uma pura entrega a todos, em tudo, dia e noite, sem preferências, como os pobres. Nunca teve tempo para si mesmo, nem "pontes", nem férias. Não via diferença entre atividades naturais e sobrenaturais. Em tudo adorava a Deus, em tudo servia os irmãos. «Vou, Senhor», dizia, quando queriam qualquer coisa dele. «O Ir. Finuras», diziam dele os alunos.

O Irmão ia sorridente e ágil pelo imenso edifício da Universidade, como extasiado. Via a Deus em tudo, em todos. Sorria, suave, afável com todos, cuidava de tudo, porque amar é servir: serviço inesgotável, envolvido em afabilidade, dia e noite, .a todas as horas.

O Santo da vida normal, sim. Mas, de normal, nada tinha. Tudo era um ato de amor extraordinário, uma resposta generosa dando-se com todo oamor, numa oblação total do seu querer e liberdade à Divina Majestade, numa entrega sem limites, sem reservas, sem horários, a todos os irmãos.

O Ir. Gárate foi um contemplativo na ação. Um profissional contemplativo. Uma tarefa que se resolve em amor e serviço, sem pedir a conta, por amor. Ele sentia-se dom de Deus e quis fazer da sua vida um dom.

E assim foram os 41 anos e pico. Custou-lhe deixar o seu tem¬plo, o seu cubículo da portaria. A 8 de Setembro de 1929, pela tarde, trasladaram-no para a enfermaria. Só 13 horas. Ao amanhecer do dia 9 voava para os braços do Pai, donde nunca tinha saído. O suave aroma das suas virtudes ainda perdura perfumando os campos da Universidade. «A grande lição do Ir. Gárate, recordava o R Arrupe, é a melhor lição dada em Deusto».

A 6 de Outubro de 1985, era solenemente beatificado o humilde porteiro de Deusto outro Santo Afonso Rodrigues pelo Papa João Paulo II.

Oração ao Beato Francisco Garate

Deus amantíssimo, mostrou-nos as virtudes admiráveis do Beato Francisco Garate. Não, o quão feliz está em seus olhos a vida oculta em obediência, humildade e trabalho: dignai-vos glorifiquem a vosso servo para a Igreja, concedendo-nos a graça que pedimos por sua intercessão, seja para sua maior glória e para o bem de nossas almas.

Amém