06 Jul 2020
Santa Maria Goretti, virgem e mártir (+1902)
Imagem do santo do dia

Santa Maria Goretti - a Inês do século XX - nasceu em Corinaldo, em 1890. Seus pais eram Luís e Assunta. Tiveram seis filhos. Emigram para Ferrieri de Conca onde trabalhavam como colonos. Os terrenos eram insalubres e o pai morreu cedo.

Ficaram apenas Assunta e as crianças, a mais velha com treze anos. Maria, que era a segunda, animava a mãe: Mamã, não tenhas medo. Estamos a crescer, dentro em breve seremos grandes. O Senhor ajudar-nos-á e verás que viveremos bem.

Assunta tinha de trabalhar nos duros trabalhos do campo. Mas não esquecia a educação dos filhos. Mal aprendiam a falar, ensinava-lhes o sinal da cruz e a rezar as orações. E ela rezava com eles.

Marietta, como carinhosamente chamavam a Maria, velava sobretudo pelas tarefas de casa, arranjava os irmãos mais novos, ia à água, cozinhava, cosia. Além disso tinha que atender a outras duas pessoas que viviam na mesma casa, João Serenelli e seu filho Alexandre, rapaz de 20 anos.

Alexandre era um rapaz normal, mas as más leituras fizeram-lhe mal. Começou a alimentar más intenções para com Marietta, que apenas tinha 12 anos, mas bastante desenvolvida para a sua idade. Ateou-se em Alexandre, uma brutal paixão que não pararia enquanto não tentasse saciá-la violentamente.

Duas vezes o tentou e Maria resistiu. Pela terceira vez tinha tudo bem planeado. Seu pai, Assunta e as crianças, estavam todos a trilhar na eira. Maria cosia na escada uma camisa que Alexandre lhe tinha pedido para remendar, com a ideia de que ela ficasse sozinha em alguma parte da casa.

Sabendo que estava só, aproximou-se e tentou violá-la. Ela defendeu-se fortemente dizendo que preferia morrer a pecar. Alexandre vendo que nada podia conseguir, com uma faca infligiu-Ihe 14 feridas no ventre e no peito.

Transportaram-na para Netuno. Sofreu uma operação sem anestesia com grande coragem. Recebeu com grande devoção o viático, segurando nas mãos a imagem da Virgem Milagrosa. Sugerem-lhe que perdoe ao seu assassino, e ela responde: Já lhe perdoei enquanto me feria. Volto a perdoar-lhe e desejo que vá comigo para o paraíso. Pouco depois, morria invocando a Virgem Maria. Era a 6 de Julho de 1902. Houve uma grande comoção em toda a comarca.

O heroísmo de Maria não foi improvisado. As virtudes que mos¬trou na morte - morrer antes que pecar, perdão, coragem no sofrimento - eram fruto de uma vida exemplar. Com oração, modéstia e trabalho, foi assim que se preparou.

Alexandre foi condenado a 30 anos de prisão. Depois arrependeu-se e só queria expiar o seu pecado. Uma noite num sonho viu Maria que lhe oferecia um ramo de flores. Ele interpretou como um novo perdão, que lhe restituiu a paz. Pelo seu bom comportamento perdoaram-lhe três anos de prisão.

Ao sair, em 1929, trabalhou, como picheleiro, e um dia foi a Corinaldo pedir perdão à «Mamã Assunta», e, na missa do Galo, comungaram juntos a mãe e o assassino da filha. Depois retirou-se como criado para os Capuchinhos de Ascoli. Morreu no ano de 1970, depois de uma vida piedosa e penitente.

O dia 24 de Junho do Ano Santo de 1950 foi um grande dia em Roma. Na praça de São Pedro, Pio XII canonizava uma menina, Santa Maria Goretti. Calcula-se que assistiu cerca de meio milhão de pessoas, entre elas os redatores deste livro, que tiveram a honra de saudar os irmãos da Santa, e a Mamã Assunta, sentada num cadeira de rodas.

Era a primeira vez que uma mãe presenciava a canonização da própria filha. Alexandre acompanhou a cerimônia de Ascoli... Quatro anos depois, Mamã Assunta iria juntar-se à sua Marietta no céu.

Oração da Santa Maria Goretti

Ó Santa Maria Goretti, que confortada com a graça divina, com apenas doze anos, não duvidaste em derramar o sangue e sacrificar a vida em defesa da pureza virginal, ensinai à todos, mas especialmente à juventude, a coragem e a decisão de colocar acima de tudo, o amor à Cristo. Amando-o totalmente, tenhamos um verdadeiro horror ao pecado, possamos viver santamente nesta terra e conseguir a glória eterna na felicidade do Paraíso. Amém.