04 Jun 2020
São Francisco Caracciolo, presbítero e fundador (1608)
Imagem do santo do dia

No pequeno povoado dos Abruzos italianos, na vila de Santa Maria, vinha ao mundo a 13 de Novembro este menino a quem puseram o nome de Ascânio, mas que depois seria alterado e imortalizado para Francisco.

Os seus pais Francisco e Isabel eram cristãos exemplares e o Senhor abençoou-os com cinco filhos, quatro dos quais se consagrariam a Deus no estado sacerdotal ou religioso.

O nosso pequeno Ascânio, aos seis anos, começou a estudar latim. Era muito inteligente e bom. A humildade brotava dos seus olhos e todo o seu comportamento roubava o afeto de quantos o rodeavam.

Chegado à idade própria, o pai destinou-o para o serviço militar. Afirmam os autores que, apesar da sua grande beleza e alegria, característica dos italianos do sul, nunca manchou a brancura da sua alma, graças sobretudo aos dois suportes que o ajudaram a sair sempre ileso dos ataques do demônio: o seu grande amor à Eucaristia, que recebia com frequência, e o seu terno amor à Virgem Maria, a quem cada dia obsequiava com a oração do Santo Rosário e do Ofício Menor.

Quando tinha vinte anos passou por uma prova muito dura: surgiu-lhe uma rara doença que os médicos não sabiam explicar, mas que alguns diziam ser parecida com a lepra. Todos os seus sonhos caíram por terra. Sentiu medo. Nesse momento veio-lhe uma lufada de luz e fez promessa de abandonar o mundo e abraçar a vida religiosa se recuperasse a saúde.

Curou-se de um modo que ele próprio qualificava de milagroso e dirigiu-se a Nápoles para estudar teologia. Entregou-se totalmente ao estudo das Sagradas Escrituras e levava uma vida de grande piedade. A oração e os sacramentos eram o fio condutor da sua vida e a razão de ser da sua vida. Renunciou à herança paterna para estar mais liberto dos laços do mundo. Por fim, ordenou-se sacerdo¬te em 1587.

Durante algum tempo entregou-se a ajudar os chamados Penitentes Brancos que estavam condenados à morte. O bem que fez entre aqueles pobres justiçados não é fácil de resumir. Alentava-os a perdoar, a confiar no Senhor, abraçava-os e cuidava deles como uma mãe. Todos morriam na graça de Deus e com grande alegria.

Mas Deus queria-o guiar para outros caminhos. Providencialmente chegou - por engano - uma carta às suas mãos em que se falava de uns projetos para a fundação de um novo Instituto na Igreja. São três os homens eleitos nesta ocasião para dar vida a uma sociedade ou instituto que se chamará depois CIérigos Regulares Mínimos e que diferentemente dos institutos que existiam até então queria conjugar harmoniosamente a vida contemplativa com a vida apostólica como um todo conjunto. Corria o ano de 1588 quando se realizou tudo isto. Por esta altura o nosso santo, para se es¬quecer de tudo, muda o seu nome para Francisco.

Por todas as partes por onde passa chama a atenção pelo ardente amor que fervilha no seu coração. Ele quer que todos os homens amem a Deus com todas as forças e fujam do pecado. Aos três votos habituais acrescentavam um quarto, o de não admitir dignidades eclesiásticas. Nas viagens por Espanha para fundar conventos da sua Ordem foi recebido com grande afeto pelos reis Filipe II e Felipe III. Por fim, carregado de méritos, partiu para a eternidade com 45 anos, a 4 de Junho de 1608, vigília da festividade do Corpo de Deus.