04 Mai 2021
Beato José Maria Rubio (+1929)

O Beato José Maria Rúbio nasceu em Dalias, Almeria, em 1864. Foram doze irmãos. Estudou nos seminários de Almeria, Granada, Madrid e Toledo, onde se graduou em Direito Canônico. Foi ordenado sacerdote em 1887.

O P. Rúbio foi um torvelinho que se centrava na oração, e logo se lançava, imparável, a contagiar as almas. A sua personalidade ascética e apostólica apresenta dois aspectos muito distintos. São as duas etapas da sua vida.

A primeira etapa está centrada na sua vida de sacerdote diocesano na diocese de Madrid, coadjutor em Chinchón, pároco em Estremera, rejeição de cônego na catedral, professor no seminário, capelão das Bernardas, confessor das Reparadoras, notário da Cúria.

A propósito dos seus múltiplos apostolados, disse do P. Rúbio o Sr. Bispo de Madrid, D. Leopoldo Eijo y Garay: «Parece que Deus quis que fosse um pouco de tudo, para que todos, coadjutores e párocos, professores, capelães e curiais, pudessem olhar para ele como modelo do clero secular. Até o bispado conserva a recordação da sua virtude».

A segunda etapa da sua fecunda vida desenrola-se já na Companhia de Jesus. Havia muito tempo que pensava nisso. Ao peregrinar à terra Santa e a Roma, passa por Manresa e ali se decide definitivamente. Fez o noviciado em Granada, convive em Sevilha com o santo e famoso pregador P. Tarin, e, em 1911, começa o seu febril apostolado como «apóstolo de Madrid».

Assim se chamou com todo o direito. Eram duas as suas cátedras: o confessionário e o púlpito. Eijo y Garay reconhece que não havia outro confessionário com mais trabalho em Madrid. «Não era apenas um vasadouro de pecados, era sobretudo uma forja de espíritos. Procurava sobretudo a formação».

O seu púlpito era também o mais frequentado. Acudiam rios de pessoas para o ouvir, ano após ano, sem se cansarem dele. Nem frases brilhantes, nem conceitos profundos, nem estilo sonoro, mas apenas uma linguagem simples e ingênua, uma doutrina muito sólida e elevada, transbordando sempre fervor. E as pessoas, ao saírem dos sermões, só diziam: que maravilha!, mas que santo!

Além disso o P. Rúbio fazia trabalhar. Um dos seus grandes segredos foi promover os leigos em Madrid e nas redondezas. Foi um pioneiro do apostolado secular com os afastados e os marginalizados.

Quando estava livre das suas duas cátedras, ia à procura de pobres e doentes. Ia sem medo aos subúrbios, às zonas conflituosas, armado apenas da sua bondade. Procurava almas-em necessidade, estivessem. Acolhia a todos, enquadrando no seu apostolado as pessoas abastadas.

Fundou ou promoveu muitas obras: Damas Apostólicas do Sagrado Coração, Marias dos Sacrários, Guarda de Honra. Promoveu o Monumento do Cerro dos Anjos. Anos intensos numa Madrid dificil.

Os seus fiéis atribuíam-lhe muitos fato extraordinários. Como quando o chamaram para se rirem à sua custa para que confessas-se um doente fingido. Entrou no quarto, enquanto os outros esperavam fora O Padre saiu e disse-lhes: «Porque não me chamastes, antes? Acaba de falecer». Mas acima dos carismas estava a heroicidade das suas virtudes, a sua grande caridade..

A 2 de Maio de 1929 morria santamente o apóstolo de Madrid. Os seus restos descansam na Igreja de Maldonado e são objeto de grande veneração. A 6 de Outubro de 1985 foi solenemente beatificado pelo Papa João Paulo II com outros jesuítas, o P. Sanvitores e o Ir. Gárate.