Santo Antônio Maria Claret Rm 7,18-25a
18Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita o bem, porque o querer o bem está em mim, mas não sou capaz de efetuá-lo.
19Não faço o bem que quereria, mas o mal que não quero.
20Ora, se faço o que não quero, já não sou eu que faço, mas sim o pecado que em mim habita.
21Encontro, pois, em mim esta Lei: quando quero fazer o bem, o que se me depara é o mal.*
22Deleito-me na Lei de Deus, no íntimo do meu ser.
23Sinto, porém, nos meus membros outra Lei, que luta contra a Lei do meu espírito e me prende à Lei do pecado, que está nos meus membros.
24Homem infeliz que sou! Quem me livrará deste corpo que me acarreta a morte?...
25aGraças sejam dadas a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor.
Santo Antônio Maria Claret Sl 118,66.68.76.77.93.94
Resposta: “Ensinai-me a fazer vossa vontade!”
66Dai-me o juízo reto e a sabedoria, porque confio em vossos mandamentos.
68Vós que sois bom e benfazejo, ensinai-me as vossas leis.
76Venha-me em auxílio a vossa misericórdia, e console-me segundo a promessa feita a vosso servo.
77Venham sobre mim as vossas misericórdias, para que eu viva, porque a vossa Lei são as minhas delícias.
93Jamais esquecerei vossos preceitos, porque por eles é que me dais a vida.
94Sou vosso, salvai-me, porquanto busco vossos preceitos.
Santo Antônio Maria Claret Lc 12,54-59
54Dizia ainda ao povo: “Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: Aí vem chuva. E assim sucede.
55Quando vedes soprar o vento do Sul, dizeis: Haverá calor. E assim acontece.
56Hipócritas! Sabeis distinguir os aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente?
57Por que também não julgais por vós mesmos o que é justo?
58Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele te não arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão.
59Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo”.
Comentário:
Por que não discernis? – Os fariseus entendiam gostosamente tudo o que era material e sensível, mas tinham o espírito e o coração embotados para acolherem os sinais de Deus. Só apreciavam o que lhes convinha, mas recusavam-se a reconhecer o tempo do Messias, previsto e anunciado por uma nuvem de testemunhos, lidos em Moisés e nos Profetas. O sinal que pretendiam estava ali diante dos seus olhos, proclamado na pessoa de Jesus, nas suas palavras e gestos.
«Por que não discernis»? O discernimento é graça do Espírito Santo, que nos leva a apreciar as coisas, a avaliar os acontecimentos, segundo os juízos de Deus. À luz do Espírito aclaram-se princípios, tomam-se decisões para fazer o que agrada ao Pai. Por isso, temos de entrar na nuvem da oração da fé, atentos aos sinais. O critério fundamental do discernimento é Cristo. Na sua pessoa e mensagem nos aparece o sinal, que aponta caminhos e soluções.
O fim do discernimento consiste em conhecer a vontade de Deus. Mas o fogo que a revela, purificando razões e sentimentos, é a discreta caridade, amor que discerne e tem a última palavra. Para o cristão, a caridade é a razão suprema de viver, a urgência de toda a hora. As nossas relações fraternas andam obscurecidas com demandas e alegações mesquinhas, que impedem o amor. Descalça-te de tudo isso, porque é santo o lugar que pisas. Amar sempre, paga tudo até o último centavo é o discernimento a fazer. «Por que não discernis»?
Senhor, entender-me com o irmão é a dívida a pagar!

