São Bernardo Jz 9,6-15
6Juntaram-se então todos os siquemitas com todos os de Bet-Melo e vieram junto do terebinto da coluna sagrada que havia em Siquém, onde proclamaram rei Abimelec.
7Sabendo disso, subiu Joatão ao cimo do monte Garizim e exclamou: “Ouvi-me, homens de Siquém, para que Deus vos ouça!
8As árvores resolveram um dia eleger um rei para governá-las e disseram à oliveira: reina sobre nós!
9Mas ela respondeu: ‘Renunciarei, porventura, ao meu óleo que constitui minha glória aos olhos de Deus e dos homens, para colocar-me acima das outras árvores?’.
10E as árvores disseram à figueira: ‘Vem tu e reina sobre nós!’
11Mas a figueira disse-lhes: ‘Poderia eu, porventura, renunciar à doçura de meu delicioso fruto, para colocar-me acima das outras árvores?’.
12E as árvores disseram à videira: ‘Vem tu, reina sobre nós!’.
13Mas a videira respondeu: Poderia eu renunciar ao meu vinho que faz a alegria de Deus e dos homens, para colocar-me acima das outras árvores?’.
14E todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu, reina sobre nós!’.
15E o espinheiro respondeu: ‘Se realmente me quereis escolher para reinar sobre vós, vinde e abrigai-vos debaixo de minha sombra; mas, se não o quereis, saia fogo do espinheiro e devore os cedros do Líbano!’.
São Bernardo Sl 20,2-3.4-5.6-7
Resposta: “Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra”.
2Senhor, alegra-se o rei com o vosso poder, e muito exulta com o vosso auxílio!
3Realizastes os anseios de seu coração, não rejeitastes a prece de seus lábios.
4Com preciosas bênçãos fostes-lhe ao encontro, pusestes-lhe na cabeça coroa de puríssimo ouro.
5Ele vos pediu a vida, vós lha concedestes, uma vida cujos dias serão eternos.
6Grande é a sua glória, devida à vossa proteção; vós o cobristes de majestade e esplendor.
7Sim, fizestes dele o objeto de vossas eternas bênçãos, de alegria o cobristes com a vossa presença.
São Bernardo Mt 20,1-16a
1Com efeito, o Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar operários para sua vinha.
2Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para sua vinha.
3Cerca da terceira hora, saiu ainda e viu alguns que estavam na praça sem fazer nada.*
4Disse-lhes ele: ‘Ide também vós para minha vinha e vos darei o justo salário’.
5Eles foram. À sexta hora saiu de novo e igualmente pela nona hora, e fez o mesmo.
6Finalmente, pela undécima hora, encontrou ainda outros na praça e perguntou-lhes: ‘Por que estais todo o dia sem fazer nada?’
7Eles responderam: ‘É porque ninguém nos contratou’. Disse-lhes ele, então: – Ide vós também para minha vinha.
8Ao cair da tarde, o senhor da vinha disse a seu feitor: ‘Chama os operários e paga-lhes, começando pelos últimos até os primeiros’.
9Vieram aqueles da undécima hora e receberam cada qual um denário.
10Chegando por sua vez os primeiros, julgavam que haviam de receber mais. Mas só receberam cada qual um denário.
11Ao receberem, murmuravam contra o pai de família, dizendo:
12‘Os últimos só trabalharam uma hora... e deste-lhes tanto como a nós, que suportamos o peso do dia e do calor’.
13O senhor, porém, observou a um deles: ‘Meu amigo, não te faço injustiça. Não contrataste comigo um denário?
14Toma o que é teu e vai-te. Eu quero dar a este último tanto quanto a ti.
15Ou não me é permitido fazer dos meus bens o que me apraz? Porventura vês com maus olhos que eu seja bom?’.
16aAssim, pois, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos.
Comentário:
Ide vós também — Deus convida a todos a entrar no seu Reino, a colaborar num projeto do amor. Chama a todas as horas, porque todas são sementeira da graça, onde vem colher frutos em abundância. Trabalhar na vinha é trabalhar pelo Reino, em nós e nos outros, fazer a vontade do Pai. Todos fomos contratados pelo amor misericordioso. Nós somos a solicitude de Deus, que nos contrata pelo denário inesperado do seu amor infinito. Quem muito ama, muito madruga. Por isso, Ele «saiu muito cedo».
Os trabalhadores da primeira hora trabalham por contrato e os das horas intermédias trabalham pelo que for justo. Os primeiros têm uma certeza; os segundos têm uma promessa. Trabalham por interesse, de olhos postos na recompensa. Mas os da última hora trabalham por amor, apenas confiados na graça do chamamento. Nada contratado, nada prometido, mas só a confiança no coração do senhor, que os contratou. O salário inesperado, para além de toda a justiça, a todos igualou. O salário é único, porque o salário é Cristo. Não se divide nem reparte, mas dá-se todo a quem der tudo.
Os trabalhadores da última hora não olham à recompensa. Não se sentem com direito a coisa alguma, mas já se contentam com a alegria de terem sido contratados. Por isso foram primeiros. Sentem-se servos inúteis. Mas, em recompensa do seu trabalho, recebem o mesmo denário, paga de amor, salário de vida eterna. A qualidade do amor, não o trabalho, é que fez a diferença. Por isso, tenho de dar-me a cada hora como se fosse a primeira e a última. Trabalhe muito ou pouco, o essencial é amar.
Senhor da vinha e do Reino, a minha paga és Tu!