11 Fev 2019
Nossa Senhora de Lourdes

Vi numa das aberturas do rochedo uma moita, uma só, que se agitava como se estivesse muito vento. Quase ao mesmo tempo saiu do interior da gruta uma nuvem doirada, e logo a seguir uma Senhora nova e bela, bela mais que todas as criaturas, como eu nunca tinha visto nenhuma. Veio colocar-se á entrada da concavidade por cima do tufo de verdura. Logo olhou para mim, sorriu-me e fez-me sinal para que me aproximasse, como o faria minha mãe.

Tinha-me passado o medo, mas parecia-me que não sabia onde estava. Esfreguei os olhos, tornei-os a abrir; mas a Senhora lá estava sempre, continuando a sorrir-me e fazendo-me compreender naõ estar enganada. Sem saber o que fazia, tomei o terço e ajoelhei. A Senhora aprovou com um sinal de cabeça e passou para os seus dedos um rosário que trazia no braço direito. A Senhora deixava-me rezar sozinha. Ela apenas passava as contas pelos dedos, sem falar. Só no fim de cada dezena dizia comigo: Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

Quando acabou a reza, a Senhora voltou a entrar no interior do rechedo e a nuvem de oiro desapareceu com Ela.

Santa Bernardete, Vidente de Lourdes