06 Abr 2020
Medianeira

Quando Deus contempla a única comunidade dos redimidos, onde quer cada um de nós com todos os outros, contempla também aquele sim eterno da Virgem Maria, do qual quis que dependesse, naquele momento, do modo mais imediato e extraordinariamente único, a salvação de todos nós. Deus, portanto, quer a nossa salvação por consideração de MAria e da sua realidade eterna... Por conseguinte, podemos dizer de Maria, com toda a verdade, que Ela é, na comunidade dos santos, a Medianeira de todas as graças. Não convém, portanto, sermos ansiosos, avaros e calculistas no nosso culto a Maria. É um sinal de vida verdadeiramente cristã e católica, o crescimento e amadurecimento no nosso coração, lente mas eficazmente, em humilde e fidelidade, do amor pessoal e delicado, para com a Virgem bendita. Se Ela é a Medianeira que o Senhor nos deu, se nele e por meio dele, Ela é a Medianeira de todas as graças, que são Ele e que Ele alcançou, devemos, nesse caso, amá-la no nosso coração. Assim como ardem as velas no altar diante dela, no mês de Maio, assim devemos reavivar incessantemente a chama, no nosso coração, fazendo sair dele, espontânia, a saudação do Anjo e de Isabel... E devemos ainda continuar a repetir: Senhora nossa, Medianeira nossa,Advogada nossa, reconcilia-nos com o teu Filho e mostra-nos, agora e depois desta vida, o fruto bendito do teu ventre, roga por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte.

Karl Rahner, Maria, Meditazioni